A Copa do Mundo da África do Sul ainda está na minha cabeça. Depois de viver lá um bom período, entendi que Copa do Mundo não é só futebol, principalmente quando se trata de uma realização em um país em desenvolvimento.
Antecedendo a Copa, as comunidades pobres receberam ajuda do governo para rebocarem ou pintarem suas casas, para comprar aparelhos de televisão, telefones e até trocarem os carros velhos por mais novos. Mais de 50 mil quilômetros de estradas receberam melhorias, 500 novos veículos foram destinados a policia comunitária e um batalhão de novos policiais teve dois anos de treinamento para iniciar o trabalho na corporação. Enfim, bilhões de rands foram investidos na melhoria das condições da população. A região metropolitana de Johannesburgo, que possui sete milhões de habitantes (cinco milhões são considerados pobres) as pessoas foram orientadas em suas comunidades durante quatro anos para se organizarem e fiscalizarem em todos os sentidos o destino do lucro a ser obtido com o sucesso da Copa. Foi por isso que todos os sul-africanos se empenharam para o brilho do evento e a valorização de seu país. O governo, através de especialistas, procurou ensinar o povo fórmulas de fiscalização para o dinheiro não ficar só na mão de empresários e comerciantes e determinar transparência na distribuição do lucro da Copa para a estrutura social do país. Houve uma abertura de trabalho para os jovens nos shoppings, restaurantes, hotéis, parques temáticos, etc. Na minha modesta opinião, a África do Sul deu um banho na sua história com a realização da Copa do mundo 2010 e quem sabe possa servir de exemplo para o nosso Brasil na Copa 2014. Precisamos arregaçar as mangas agora. Temos quatro anos pela frente para entender que Copa do Mundo não é só futebol é desenvolvimento humano.
DETALHE: Vovó Donalda não acredita que aqui no Brasil o governo e principalmente a CBF tenha as mesmas intenções da África do Sul.
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